sexta-feira, 18 de março de 2011

Projeção III

Todos nós já devemos ter ouvido (e falado também) frases do tipo: “fulano me irrita”, “ciclano me decepcionou”, “Mas ela sabia que isso me incomoda”, “É óbvio que foi de propósito”, “Ninguém me ouve”, entre tantas outras. Todas essas frases têm a mesma coisa em comum: a não-responsabilização pelos seus afetos, ou seja, a projeção. Presumimos que o outro sabe o que sabemos e sentimos, que algo é “óbvio”, como se houvesse algum manual universal de comportamentos ou fôssemos todos telepatas. Mas assumir a responsabilidade pelos seus sentimentos, expectativas e ações, pode ser muito difícil e assustador. A posição de vítima e a sensação de "sou eu contra o mundo" tem um ganho secundário e é, de certa forma, satisfatória para aquele que a cultiva.
Vocês podem se perguntar: Mas então não se pode acreditar em nenhuma impressão que se tem de alguém? Tudo aquilo que eu penso sobre determinada pessoa é criação da minha mente? Não é real? 
Muitas coisas que vemos e impressões que temos a respeito das pessoas, correspondem sim, à realidade; são realmente características daquela pessoaou do meio. Mas nós sempre estamos implicados; sempre há algo de nós em nossas opiniões, relações e modo de ver a vida. Eu vejo a cor amarela com os MEUS olhos e cada um de vocês vê com os seus. O nome que damos é o mesmo, mas será o mesmo amarelo pra todo mundo, com as mesmíssimas nuances?

Deixo vocês hoje com essas reflexões, que precisam ser digeridas e bem compreendidas e deixo para o próximo post as considerações finais que tenho a fazer a respeito da projeção.
Grande abraço!

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