Noite e dia, preto e branco, bom e ruim, yin e yang. Esses são apenas alguns exemplos e expressões de polaridades. Como diz uma canção do Lulu Santos "não haveria som se não houvesse o silêncio; não haveria luz se não fosse a escuridão". Um dos pólos só é (re)conhecido por nós, se tivemos a oportunidade de experienciar o outro. Para dizermos um "sim" pleno, precisamo igualmente ser capazes de dar um "não" de boca cheia.

Se nos percebemos enquanto pessoas boas e percebemos o outro enquanto pessoa má, há um correspondente em nós para o "pessoa má", caso contrário, não seríamos capazes de nomear e reconhecer isso. Se julgo determinada(s) pessoa(s) inteligente, descontraída, bem-humorada, todas essas características encontram em mim um correspondente; ou seja, EU sou tudo isso. Mesmo que no momento esteja me percebendo e portando de maneira totalmente oposta. Essas características me pertencem, pois consigo reconhecê-las no outro.
Isso certamente muda nosso modo de perceber as coisas, não? Todos nós possuímos tudo, absolutamente TUDO em nós mesmos; somos de certa forma, iguais nesse sentido: bons e ruins, um lado belo e um lado feio, sim e não. O que me incomoda no outro, existe em mim; o que me alegra e comove no outro, também. Tanto potencial, tanto a ser explorado e muitas vezes, permanecemos num único pólo, invejando e desejando no outro aquilo que temos em nós.
Tentemos realizar o exercício proposto por Buda, de seguir o caminho do meio, de transitar entre o sim, quando estamos realmente com vontade de dizer "sim" e do não, quando quisermos dizer "não"; entre nossa luz e escuridão, sabendo e compreendendo que somos possuidores de ambos, e tudo bem.
maravilhoso os dizeres, continue assim.
ResponderExcluiruma otima mensagem. thiago