Volta e meia pedimos a opinião de um amigo, colega ou familiar a respeito de alguma situação ou acontecimento em nossas vidas. O curioso é que geralmente, se formos analisar BEM a situação, já estamos decididos a respeito daquilo que perguntamos ao outro. Nem que seja parcialmente decididos, pendendo mais pra um lado do que pro outro; Ainda assim, temos essa necessidade de confirmação.
Não raras vezes, perguntamos a várias pessoas, até que a maioria das opiniões coincida com aquela que no fundo é a que queremos tomar; caso as pessoas discordem ou apontem um caminho oposto, oferecemos vários argumentos como que para convencê-las dos prós da outra opção (a nossa opção).
Quando perguntamos pros outros algo que nos afeta e nos diz respeito diretamente, colocamos nosso poder nas mãos desse outro. É uma forma de “dividir” a responsabilidade por nossas escolhas – ou isentar-se totalmente dela. Mas o fato é que mesmo quando escolho deixar que o outro tome a decisão por mim, sou responsável por dar a ele esse poder – o meu poder. Sartre dizia que o homem está condenado a ser livre. Condenado por não ser possível isentar-se de escolher e arcar com as conseqüências dessa escolha, e livre, pois seu livre arbítrio é inerente à sua condição estará sempre guiando-o nesse processo.
Proponho um pequeno exercício...o de estarmos atentos às coisas que perguntamos às pessoas. Quantas dessas perguntas realmente precisam da resposta alheia? Quantas perguntas “corriqueiras” e que não precisariam ser perguntadas como “Me dá um copo d’água?” quando se tem sede, ao invés de “Eu quero um copo d’água”. Esse é apenas um exemplo. O resto, eu deixo com vocês! ;)
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