sexta-feira, 11 de março de 2011

Quem somos nós?

Eu poderia continuar com os posts da teoria da gestalt-terapia, seguindo uma linha de raciocínio lógica, mas aí eu pensei: "não é isso que eu quero fazer hoje". Isso é o que eu chamo de "modo gestáltico de se viver". Outros questionamentos e reflexões estão me impulsionando hoje, logo, nada mais fluído do que deixar que isso venha à tona.
Já pararam pra se perguntar porque é tão difícil responder à pergunta "quem é você"? Geralmente respondemos a essa pergunta com a nossa idade, profissão, filiação e não vamos muito além disso. Quando vamos, não é raro que lembremos mais dos nossos defeitos do que de nossas qualidades. Por que será? Em que momento nos perdemos de nós mesmos? - Se é que um dia realmente estivemos inteiros e integrados com quem/com aquilo que somos.


Eu não tenho as respostas pra essas perguntas. Tenho as minhas respostas, aquelas que a mim, parecem que fazem mais sentido. Penso que muitas vezes carregamos em nossas costas uma bagagem pesadérrima e que nem nos pertence. Bagagem essa, que nos foi passada, e que possivelmente, vem sendo passada por gerações. Padrões de comportamento que se repetem ao longo do tempo, como na história da receita de peixe que é passada de mãe para filha. A filha sabe que precisa cortar a cabeça e o rabo do peixe para prepará-lo e não sabe por quê, só sabe que é assim. Quando pergunta à mãe, esta também não sabe o motivo e vai perguntar à sua mãe (avó), que responde que na sua época, a forma para o preparo do peixe era pequena, o peixe não cabia inteiro e por isso se cortava a cabeça e o rabo. Até que ponto as crenças, a visão de mundo e modo de agir, que carregamos nessa bagagem realmente são nossas?


O que faz de você o que/quem você é? Herança genética, aprendizagem, convívio social, traumas? O todo é diferente da soma das partes; mude um único aspecto de uma das partes e terá um todo diferente. É como as coisas se interelacionam, afetam e influenciam umas às outras, que nos fazem ser quem somos. É através dessa complexa rede de relações que nos construímos. É nesse processo que construímos nosso autoconceito, que se fundamenta nossa autoestima. Que conceitos a respeito de nós mesmos nos foram empurrados goela abaixo? Que conceitos foram sendo construídos pelas diversas situações da vida? Essas situações ainda existem? Esses conceitos ainda fazem sentido? Você continua tendo a mesma visão de si que tinha há um ano atrás? Quem realmente é você? O que te faz especial e único? Você sabe responder a essas perguntas e sentí-las? Sente as respostas como verdade? Elas aparecem com rapidez e espontaneamente ou você precisa pensar muito a respeito?

Tudo isso diz algo de você. Algo que não é bom, nem ruim...simplesmente é...você!




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