É curioso como as mudanças podem ser assustadoras. Quando algo na vida "sai do lugar", toma uma nova configuração ou se reestrutura, levamos um certo tempo para conseguir lidar com essa nova configuração - isso é o que chamamos de crise. Para a psicologia, o conceito de crise é explicado como toda a situação de mudança a nível biológico, psicológico ou social, que exige da pessoa ou do grupo, um esforço suplementar para manter o equilíbrio ou estabilidade emocional. Corresponde a momentos da vida de uma pessoa ou de um grupo em que há ruptura na sua homeostase psíquica e perda ou mudança dos elementos estabilizadores habituais.
A ansiedade e angústia frente às mudanças vêm do desconhecido. Por mais que alguém sinta-se incomodado e encontre-se em sofrimento com determinadas situações em sua vida, ainda assim, este sofrimento e incômodo traz também o conforto de ser conhecido. Mesmo que seja difícil viver dessa forma, a pessoa sente que "já está acostumada" com a situação. No caso de uma mudança, mesmo que seja uma mudança naquilo que mais lhe incomodava, é quase como se lhe faltasse o chão. O não-saber, o deixar ser, largar a mão do controle, é por demais assustador.
Quando alguém procura a psicoterapia incomodado com algo em sua vida, geralmente está experienciando o conflito entre continuar no seu lugar conhecido, embora de sofrimento, e sair desse lugar e lançar-se ao desconhecido. Como já falei em outros posts, o neurose para a GT caracteriza-se justamente na rigidez, na cristalização em uma determinada situação. Viver com fluidez, de maneira saudável, consiste em adaptar-se as diversas situações da vida. Como a árvore que se curva em dias de muito vento para não se partir, mas que retorna à sua posição ereta na calmaria. O novo traz consigo grande oportunidade de crescimento, de aprendizado, quando se olha para o novo com novos olhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário