Imagino que todos já tenham experienciado a sensação de algum "padrão" em suas vidas: "não consigo fazer sobrar dinheiro, não importa o quanto eu tente", "sempre me envolvo com quem não me dá valor", entre tantas outras situações que cada um de vocês poderá identificar. Estes foram apenas exemplos simples para mostrar algo que é "comum" em nossas vidas - a repetição.
Uma das leis que regem a nossa percepção é a Lei do Fechamento. É através dessa lei que, ao observarmos as seguintes imagens, vemos um quadrado e sentimos a vontade de completar o círculo, respectivamente.
"Mas o que tem a ver a tal Lei do Fechamento com as situações que se repetem na minha vida?". Tudo!!! Essa mesma necessidade que temos de fechar uma figura, temos no que diz respeito às situações cotidianas. Cada vez que uma necessidade emerge, que alguma situação desponta pedindo para que seja resolvida, procuramos da melhor forma possível dar um fechamento para isso; seja satisfazendo a necessidade, resolvendo a situação que tornou-se figura. Quando por algum motivo, não encontramos no meio possibilidades de dar um fechamento que nos seja satisfatório, ainda assim, encontramos o melhor jeito possível de "fechar" aquela gestalt. No entanto, como não foi algo que realmente satisfez e pôde dar a questão por encerrada, volta e meia aquela situação "vem à tona", torna-se figura novamente, pedindo novamente um fechamento satisfatório. Se por inúmeras vezes nos vemos impossibilitados de satisfazer essa nossa necessidade, ela cai no esquecimento, vira hábito.
Logo, essas situações que continuam se repetindo em nossas vidas (sejam elas quais forem e de que ordem forem), nada mais são do que situações e necessidades que ficaram inacabadas e que "voltam" pedindo um fechamento, mas que por termos sido já tantas vezes de fechá-las, nem nos damos mais conta delas. Re- petir : pedir de novo. O homem que parece se sentir atraído sempre por mulheres mandonas, a mulher que diz ter "dedo podre", o filho que se sente sufocado pela superproteção dos pais. Situações que se repetem. O jeito que nós, dentro da nossa sabedoria e capacidade intrínseca de auto-regulação encontramos de fechar aquilo que está incômodo, visto que ficou em aberto. Essas repetições podem sim, trazer sofrimento mas é a melhor forma encontrada por nós mesmos de dizer que algo precisa ser visto; algo precisa de um fechamento que nos permita encerrar um ciclo e abrir outro, totalmente disponíveis e inteiros para o novo.
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